O histórico veleiro Anita, construído pelo estaleiro Arataca em 1944, está de volta a Florianópolis totalmente restaurado e terá uma nobre missão no seu retorno ao mar: abrir a 41ª Regata Volta à Ilha de Santa Catarina no próximo sábado (5 de dezembro), última etapa da copa Veleiros de Oceano, organizada ao longo do ano pelo Iate Clube de Santa Catarina – Veleiros da Ilha (ICSC). A Comissão de Regata ficará no barco, conduzindo todo o procedimento de largada, marcada para as 10 horas. “O Anita faz parte da história do Clube desde os tempos do primeiro dono, o ex-governador Aderbal Ramos da Silva. Abrir com ele uma das mais importantes regatas da vela de oceano brasileira é uma forma de resgatar seu devido valor”, fala o vice-comodoro de Eventos do ICSC, Rogério Capella, que espera ver 40 veleiros na raia em um dia que tem tudo para ser tranqüilo, já que a previsão é de vento constante, entre 10 e 12 nós (18 a 21,5 km/h), começando com sul pela manhã e depois virando para leste, com tendência a aumentar, com os primeiros barcos chegando em torno das 20 horas: “A calmaria que a maioria das tripulações enfrentou ano passado, no lado leste da Ilha, não deve se repetir”, torce Capella.
A movimentação é intensa na sede central do ICSC, com velejadores às voltas com os últimos acertos nas embarcações. “O Manos Champ estava algum tempo parado, agora passou por nova medição e está pronto para a regata”, avisa Marcelo “Gusmão” Reitz, tático do veleiro que foi o primeiro a cruzar a linha de chegada da Volta à Ilha ano passado, vencendo na ORC-CLUB Geral e 600, com o Catuana Kim em segundo lugar, depois de uma boa briga na raia: “Estávamos afastados da Copa, mas não podemos perder uma competição como a Volta à Ilha”, diz o timoneiro Leonardo Back, que colocou na tripulação do Catuana um construtor de barcos, o sul-africano Wilhem Tha. Manos, Catuana e muitos outros poderão ser acompanhados online, através de um sistema de monitoramento via internet: o Autocap é um rastreador acoplado ao GPS, que transmite a localização dos veleiros através do sistema de telefonia celular.
Entre os cerca de 300 velejadores que estarão na tão aguardada competição, Peter Maslin é um dos mais ansiosos. Ano passado ele ganhou a competição a bordo do Bruxo na RGS A, mas este ano tem a responsabilidade de comandar um barco recém-chegado a Florianópolis e que nunca esteve na Volta à Ilha, o Tinker Bell de Fabrício Nees. Como todos os da RGS C, o barco de 19 pés larga com os demais às 10 horas, mas cumpre um percurso menor, de 54 quilômetros, na Regata Ilha do Largo/ Ilha de Ratones. Os das classes ORC Internacional, ORC-CLUB, RGS A, RGS B e Cruzeiro velejarão os 135 quilômetros ao redor da Ilha de Santa Catarina.
O Tinker Bell corre na classe Visitante, aberta para as duas regatas. O veleiro San Chico, de Francisco Freitas, vencedor do Circuito Oceânico da Ilha de Santa Catarina deste ano na classe ORC Internacional 600, já chegou de Porto Alegre para correr a Volta à Ilha. O francês Pierre Raffin Carboisse, que passa por Florianópolis na sua segunda volta ao mundo em solitário, promete ir para a raia com seu 28 pés Babar. O Terra Firme, de Carlos Roberto Malafaia, e o Mara, de Sério Alexandre Sodré, também participam pela primeira vez. A 41ª Regata Volta à Ilha conta com apoios da CSP Controle e Automação no monitoramento dos barcos é da Marinha do Brasil, através da Capitania dos Portos e da Escola de Aprendizes Marinheiros de Santa Catarina.
FONTE: ICSC/JORNALISTA JENI ANDRADE
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